sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Deixo...

Sinto a importância do deixar para trás... Isso tem tomado meus dias depois de uma conversa com novos amigos que já têm muito do meu tempo. A pauta era exatamente essa: a importância de se deixar coisas para trás para continuar a caminhar. Eita... Será? Questionava-me isso durante a conversa. Ao mesmo tempo em que concordava com os exemplos e colocações, fiquei escutando e sentindo o que tinha que deixar... Por um momento não quis, mas sabia que era preciso.

Comecei a exercitar isso em vários sentidos, imagine! Logo eu, tão sentimental, que me apego tanto a tudo que passa pela minha vida! Isso era muito bonito na teoria, mas na prática, para mim, não funcionava! A questão é que eu não queria que funcionasse. Precisava de algo para me agarrar, de uma causa para que o amanhã fosse válido. Daí vinha minha força...

A roda da vida não é essa! As minhas sombras estão dentro de mim, as suas dentro de ti! O reflexo de nós mesmos que nos assusta e nos gera a necessidade de nos agarrarmos algo que não é nosso. Somos um dentro de um todo, portanto, enxergar esse um antes de olhar para o todo é fundamental, se não nos perdemos, estamos perdidos por esperar...

Então, resolvi tentar, deixar para trás lugares, amores, amigos, ideais... Engraçado, hoje vejo como isso é possível e necessário! O sofrimento está justamente no apego. A vida é movimento constante! E tudo fica em um tempo que já não é! Temos que aprender deixar as pessoas, os lugares, os amores, os amigos, e também os ideais, que são só idéias construídas, nesse tempo que passou. Não dá para estagnar!

É preciso fechar os ciclos para não querer voltar no tempo para catar os pedaços de nós mesmos. Deixar que as coisas fluam, jogar no universo... Ele conspira! Somos energia. Deixar o vício do sofrimento e continuar... Muitas coisas ficaram para trás, algumas voltaram, e voltarão sempre, outras seguem comigo... A vida é cíclica. O meu tempo olha por mim... Depois para você... E o seu tempo, onde está?

Praticar o amor é incrível! Claro, há amores e amores, também existem os desamores, mas para que você dá o seu tempo? Quem é você que reflete minhas sombras? Não sei. Também não quero saber ao menos que você queira me contar e eu possa escutar.

Temos muito a aprender... Muito... Mas temos que aprender a amar! Amar o um! Você se ama? Você acolhe, recebe o que é seu? Não dá para lutar com nossas sombras, elas são nossas. Mas quem sabe se a aceitarmos e a deixarmos no seu tempo vamos nos esvaziar do que foi para dar espaço ao que é?

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