quarta-feira, 30 de abril de 2008

PONTO COM

A humanidade ponto com
A salvo em seus portais
E a fome sem fronteiras
Às portas do Sudão

Os novos deuses virtuais
O ouro e seus cartéis
E a fé, a ferro e fogo, em trapos
Farrapos da razão

Por quem irão dobrar os sinos
Ao olhar dos pequeninos
Em êxodo, em êxtase, encanto e ossos
Nossos filhos, nosso fim
O séquito sem voz
De um século sem luz

A humanidade a navegar
Apressa os seus sinais
Em guerras pelo espaço, em passos
Que enterra pelo chão

A humanidade onde andará
Em marchas desiguais
Tomando o mesmo rumo incerto
Desertos da razão

Por quem irão dobrar os sinos
Ao olhar dos pequeninos
Em êxodo, em êxtase, encanto e ossos
Nossos filhos, nosso fim
O exército sem luz
De um século do horror

NEI LISBOA
"Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou".
Nelson Mandela

terça-feira, 29 de abril de 2008

Capitaú

Ei, vc aí...
Não corra tanto
Olhe para o lado
Tem alguém caído
Tá chuvendo
Seu companheiro sente dor
E o seu conselho...
É pra comprar um medicamento?
Eu te libero, alí tem uma deli
Mas o meu advil é meu
Eu comprei
Vai se acustumando
É muita luz mesmo
Muita cor
É para ofuscar
Se você não gastar
A gente te gasta
Pra ninguém saber para onde olhar
Esse movimento todo o que será?
Você sempre vai ter seu credicard
Não precisa preocupar-se
Compro, logo exito
Ja tenho meu IPOD e meu celular
Mas também quero um leptop
Não tenho tempo para parar
Não vou te ver
Nem adianta chorar
O nosso rei tá lá
Pega essa nota e verá

quinta-feira, 24 de abril de 2008

É lógico!

Para mim 1+1=3, 2+2=5
A minha lógica funciona assim
Nunca dá para ser par
Cada um no seu lugar
Eu e você não dá pra juntar
E se tentar misturar vai dá
Isso não tem como mudar
De noite a gente tenta explicar
Mas tem que ter paciência
Pois para a seta se movimentar
Nós vamos ter que conjugar
Vai enfrentar?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Minha cabeça voa
Outros passarinhos começo a ouvir...
Será que é isso mesmo,
Será que já te esqueci?
Mas ainda tenho tempo pra lembrar
Desse intenso esquecimento
Que insiste em me buscar.

Só para esvaziar

Chora Menina, chora
Que ajuda o tempo passar
Não deixe que os dias frios
Esfriem o seu olhar

Respira fundo
Não deixe de caminhar
Olhe pro céu, olhe pra lua cheia
E siga em frente

A paisagem há de mudar
Chore mais um pouquinho
Mas continue a acreditar

Tem que mexer o corpo
A energia não pode parar
Tem pés firmes
Não tem problema bambolear

Chora, chora...
É bom pra limpar o espírito
Que a maçã podre está a desafiar
Saiba olhar pros lados!

Receba o que te aparece
Receba os desafios
Receba o medo
Receba as lagrimas
Que limparão seus olhos
Permita-se chorar

Calma Menina, calma
O dia está acabando
O amanhã há de chegar
Tudo vai melhorar
Tem brilho no olhar
Chora.