terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Morte

Acabei de ver um filme que chama "Uma vida em sete dias". Só o vi porque ganhei uma cópia de uma grande amiga, minha mestre, uma pessoa que tem me mostrado que posso olhar em várias direções. Enfim, a questão é que nunca iria ao cinema e muito menos alugaria esse filme, simplesmente porque passaria despercebido. Os filmes "hollywoodianos" não chamam o meu olhar, principalmente quando são comédias corriqueiras, ficção. Bom, mas dessa vez vi diferente.

Falar de morte sempre é desconfortável. Nós, ocidentais, temos na nossa cultura a visão de morte como fim de tudo. Até pode ser, mas podemos continuar vivendo. Nunca celebramos a morte. Não tem como dizer que é fácil morrer. Deixar que algo de nós morra... Como é ruim. Somos tão apegados a uma rotina que nos impomos e ainda achamos que foi a melhor escolha. Quando conseguimos algo que socialmente tem prestígio, como casamento, um bom trabalho, família, casa... Celebramos. Mas será que é isso?

"Defina vida?" É uma das frases do filme... O que é vida? Poderíamos dizer como o ditado popular: "a única coisa certa na vida é que vamos morrer um dia". Essa frase não deixa de ter sua lógica. Porém, se um dia alguém falasse que só temos uma semana de vida, como seriam nossos últimos dias de vida? Será que seguiríamos a rotina e continuaríamos em busca do que temos que ser? Como seriam seus últimos dois dias antes da sua morte? E seu último minuto?

Será que precisamos que alguém nos diga que só temos uma semana de vida para descobrir que nós temos o controle das nossas vidas? Temos que morrer várias vezes e ainda continuar vivendo, pois ao menos que apareça um vidente e nos assuste com a hipótese de morte física vamos nos questionar o que nos faz bem. Vida é morte. E vamos continuar morrendo até aprendermos que temos que viver nossos sonhos e não o que sonham da gente. Quais são seus sonhos?

Nossa semana não precisa começar na segunda-feira e o trabalho não precisa ser uma obrigação. Hoje é terça-feira e são 13hs. Vou terminar de organizar essas palavras e vou à praia com Sophia. Hoje não fiz nada da lista de obrigações que costumo fazer todos os dias pela noite. Tenho que dizer que mesmo ainda não tendo posto o pé fora de casa meu dia está sendo divertido. Não sei nada além de que vou à praia com Lady Sophi.

A morte é um interessante caminho para nos encontrarmos com nós mesmos. E quando nos preenchemos do nosso ser sentimos que a vida é muito mais do que a obrigação de trabalhar para fazer dinheiro e não resistir em gastá-lo com algo inútil com a desculpa de que "eu mereço, trabalho muito, vou me dar esse presente". O melhor presente que podemos nos dar é sermos nós mesmos e não sentir culpa por isso. Mesmo que para isso seja necessário nos desafiarmos com a possibilidade de morte recente do corpo. Se você fosse morrer daqui a uma semana o que faria?

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