terça-feira, 13 de maio de 2008

Desculpe por não ser uma filha perfeita
Desculpe-me, por favor...
Por não conseguir levantar cedo e arrumar a cama
Desculpe-me por não enxergar tendo olhos
Desculpe mãe, desculpe por negar o que me deste
Não mereço nada
Não mereço meu riso químico de duas horas
Não mereço espelhos, ou sim...
Eles refletem o que sou,
Isso é fruto do meu fracasso!
Não me vejo, só sou vazia, não existo
Sou como uma fumaça construída por padrões
Em um espaço que... não sei
Tem um cão aqui, me cuida
Fala enquanto eu ladro
Desculpe por não saber ler
Por não ser algo mais que nada
Por querer me preencher... Me perdi
Mas que importa mãe, a você?
Que foi sorteada pelo vazio... não, você não...
Somos invisíveis, todos, mas você não.
Mas que importa, tenho 1,75 e visto 38.
38, é... Estou vazia...
Não somos recheados, somos invisíveis.
Também não falamos
Da fumaça só há de sair fumaça
Elogio... pra que se só o sofrimento salva
Então, mãe, assim vivemos.

Um comentário:

Natalia Beiral disse...

Jú,

Estamos acompanhando teus textos e tuas poesias. Essa é bem forte!
Um beijão, estamos por aqui sempre na Sintonia!
Beiios

Luis e Natália