quarta-feira, 14 de maio de 2008

Uma dor, uma lágrima
Um silêncio e a escuridão
Já não sou, mas o que serei?

Na dúvida, duvide
Duvide das falas, dos conselhos
Duvide da dor
Duvide das cores e do amor
Duvide das imagens
Duvide do foco dos seus olhos
Duvide do cheiro
Duvide do silêncio e do barulho
Duvide do toque e da repulsa
Duvide do belo e também do feio
Duvide dos sentimentos
Duvide do conhecimento
Duvide muito do dinheiro e do que possa fazer com ele
Duvide da amizade
Duvide do ódio
Duvide da natureza e do natural
Duvide do outro
Duvide do fundo do que seus olhos vêem
Duvide da sinceridade
Duvide do medo
Duvide da paixão
Duvide da entrega e da repulsa
Duvide de verdades e mentiras
Duvide das máquinas e de quem as controla
Duvide da semente e da água
Duvide da política
Duvide do professor e do aluno
Duvide da poesia e do poeta
Duvide do sorriso
Duvide da coragem
Duvide do tempo e do relógio
Assim, na dúvida, duvide de ti mesmo
E no que, vazio de tanto duvidar, conseguir acreditar

Seja inteiro,
Deixe-se levar...
E acredite, podemos voar....

terça-feira, 13 de maio de 2008

Desculpe por não ser uma filha perfeita
Desculpe-me, por favor...
Por não conseguir levantar cedo e arrumar a cama
Desculpe-me por não enxergar tendo olhos
Desculpe mãe, desculpe por negar o que me deste
Não mereço nada
Não mereço meu riso químico de duas horas
Não mereço espelhos, ou sim...
Eles refletem o que sou,
Isso é fruto do meu fracasso!
Não me vejo, só sou vazia, não existo
Sou como uma fumaça construída por padrões
Em um espaço que... não sei
Tem um cão aqui, me cuida
Fala enquanto eu ladro
Desculpe por não saber ler
Por não ser algo mais que nada
Por querer me preencher... Me perdi
Mas que importa mãe, a você?
Que foi sorteada pelo vazio... não, você não...
Somos invisíveis, todos, mas você não.
Mas que importa, tenho 1,75 e visto 38.
38, é... Estou vazia...
Não somos recheados, somos invisíveis.
Também não falamos
Da fumaça só há de sair fumaça
Elogio... pra que se só o sofrimento salva
Então, mãe, assim vivemos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008




De repente todas as palavras se encontram e tudo vira poesia!

Para Bruno...

Triste de quem nunca foi triste,
Pois a felicidade nao reconhecera.
Bem-vinda tristeza amiga da alegria!
Amanha 'e outro dia
E assim como a lua tudo vai mudar...
'E so mudar o lugar que estamos a olhar.