quinta-feira, 30 de outubro de 2008

"Sob o mesmo céu
Cada cidade é uma aldeia, uma pessoa,
Um sonho, uma nação.
Sob o mesmo céu,
Meu coração não tem fronteiras,
Nem relógio, nem bandeira,
Só o ritmo de uma canção maior".

Lenine / Lula Queiroga

sábado, 25 de outubro de 2008


A solidão me consome, mais pessoas mais só me sinto. Estranho não ter em que acreditar estranho não ter um amor que impulsa. Estranho viver, mais ainda conviver sem ser o que se deve ser humano. Daí de fora, não espere nada. As expectativas vêem ok. Mas não quero nada que não esteja dentro de mim. Não posso querer nada que não venha de dentro de mim. Por isso te busco, porque te sinto, e no final da noite só dá você, com quem vou conversar? Será o bom dia?

A descrença invade meus dias. Tudo é hipocrisia, sou hipócrita, o Estado é hipocrisia e o privado então... Ui... O poder pelo poder, a falta de interesse no outro, a falta de tempo para o outro, mas o que é o tempo senão o que temos de mais precioso... Com que você gasta o seu tempo? Como você mede o espaço sem nenhum estimulante químico? Como você seduz e sustenta a sedução?

Conversas que só acontecem em mesas de bar. A cerveja é a metodologia para um objetivo: sexo. Todos querem, mas como queremos? Também sinto a vontade do corpo, mas preciso da alma... Aí, o vazio me invade e quero correr fugir... Procuro-te nas conversas, no meu tempo, nos becos, mas você não está. E agora? Não dá para te ligar... Viver sem amar? Como tirar isso de dentro? Onde estão as palavras? Tenho que abandonar minha alma?

Mas é só o vazio. Pode ser, mas também pode não ser os olhares transformam-se, mas é tanta gente que não consigo te ouvir! Deixo-te, sua alma já não fala, mas seu corpo deseja um corpo que esteja em um espaço físico mais perto. Azar seu, sorte minha, desencontro nosso? Pode ser, tudo pode ser, pois somos livres, livres! Será? Já não me interesso. Meu tempo não é instantâneo e muito menos alimentado pelo álcool. Eu bebo, bebo sim, gosto da metodologia, mas meu objetivo é outro, não posso deixar minha alma, ela me acompanha tem muitos anos...

A sexualidade confunde-se com sexo. O sexo também virou um produto de consumo pós-moderno. É sério, inclusive a relação com objetos às vezes é mais prática. Quando não há tempo para o bar seguindo a metodologia sexo, são os aparelhos que resolvem. Ninguém quer mudar. E relacionar-se é isso! Estar disposto a mudar, porque nos enxergamos no outro, mas já não temos tempo de olhar para o outro, ou não reservamos nosso tempo para isso? Olhar...

Quero algo meu, sou egoísta, mas também deixo que seja seu... Que seja nosso, esse é meu único objetivo, para o que estudo para o que trabalho, e para o que vivo. Pois no meio de tanta descrença é a única coisa em que consigo acreditar, família... O tempo já passou, já é outro dia, amanhã também vai ser outro dia... E o que queremos? Eu sei o que eu quero, mas não posso nem quero sozinha! É doideira! Somos porque existe o outro. Mas agora a solidão é necessária. Para quem?